Um futebol a cheirar a pólvora e a matar com fantasia
Dez vitórias seguidas em jogos oficiais, ataque mortífero, futebol convincente e um senhor viciado em golos: Jonas, mais dois na conta pessoal, 21 no saldo acumulado na Liga. O Benfica segue a dois pontos do Sporting e cheira a pólvora por todos os lados.
O que mais impressiona na equipa de Rui Vitória é o processo ofensivo. Mesmo contra uma defesa a jogar em bloco baixo, como esta do Moreirense, o Benfica é capaz de encontrar espaços e desorientar as forças contrárias.
Um bom exemplo desta ideia é o retrato do primeiro golo, em cima do quarto de hora: 18 passes feitos até ao cabeceamento de Jonas, nove jogadores intervenientes (só Jardel e Júlio César de fora) e uma clareira aberta entre os centrais minhotos.
No futebol, todos sabemos, os veredictos têm por norma um prazo de validade curto, mas nesta altura é da mais elementar justiça referir que o Benfica, de Rui Vitória, é a equipa mais convincente da Liga portuguesa.
FICHA DE JOGO E A PARTIDA VISTA AO MINUTO
Em Moreira de Cónegos, com a mortandade de terça-feira na cabeça de todos, as águias assinaram mais um capítulo de superioridade e competência. Isto, com sete mudanças no onze inicial (o Moreirense fez nove), o que comprova a saúde do plantel.
Menos exuberante em determinados períodos da partida, aparentemente por vontade própria, o Benfica acelerou pontualmente e chegou a um marcador alargado, com relativa facilidade.
No 0-2, com o Moreirense a voar demasiado perto do sol - qual Ícaro - e a queimar-se, o passe de Renato Sanches é soberbo, o cruzamento em esforço de Eliseu perfeito e o pontapé de Mitroglou, de primeira, imparável. Primeira assistência do lateral no campeonato.
Miguel Leal, técnico cónego, estava encurralado, angustiado até.
Se mantivesse as linhas recuadas e o futebol direto, à procura não se sabe bem de quem na terra de ninguém, a sua equipa não incomodaria Júlio César; se quisesse ter bola e pressionar mais à frente, o Benfica encontraria ainda mais espaços nas transições rápidas.
E assim foi. Leal optou pelo segundo cenário, teve a sua equipa a mandar nos 15/20 minutos iniciais do segundo tempo, e acabou por sofrer mais dois golos.
Pizzi para Jonas no terceiro golo (67 minutos), Jonas para Gaitán no quarto (75 minutos). Tudo demasiado simples, tudo planeado, tudo executado com fantasia e alegria pelos suspeitos do costume.
O Moreirense foi mais ambicioso do que na Taça da Liga, teve um par de boas ocasiões e justificou plenamente o golo marcado no derradeiro instante do jogo. Iuri Medeiros, o melhor dos cónegos depois do gigante João Palhinha, foi novamente o que mais tentou.
O ciclo de resultados do Benfica, insistimos, é impressionante. Mas, mais do que a constatação dos números, é a qualidade do futebol que realmente convence. Nada é feito em esforço, tudo sai naturalmente e o treinador Vitória só pode ser o principal responsável.
Longe vão os meses de setembro e outro, com a dúvida e a contestação a soarem maravilhosamente no outro lado da Segunda Circular. Em janeiro de 2016, vale a pena repetir, o Benfica é a equipa que melhor futebol joga em Portugal.
O que mais impressiona na equipa de Rui Vitória é o processo ofensivo. Mesmo contra uma defesa a jogar em bloco baixo, como esta do Moreirense, o Benfica é capaz de encontrar espaços e desorientar as forças contrárias.
Um bom exemplo desta ideia é o retrato do primeiro golo, em cima do quarto de hora: 18 passes feitos até ao cabeceamento de Jonas, nove jogadores intervenientes (só Jardel e Júlio César de fora) e uma clareira aberta entre os centrais minhotos.
No futebol, todos sabemos, os veredictos têm por norma um prazo de validade curto, mas nesta altura é da mais elementar justiça referir que o Benfica, de Rui Vitória, é a equipa mais convincente da Liga portuguesa.
FICHA DE JOGO E A PARTIDA VISTA AO MINUTO
Em Moreira de Cónegos, com a mortandade de terça-feira na cabeça de todos, as águias assinaram mais um capítulo de superioridade e competência. Isto, com sete mudanças no onze inicial (o Moreirense fez nove), o que comprova a saúde do plantel.
Menos exuberante em determinados períodos da partida, aparentemente por vontade própria, o Benfica acelerou pontualmente e chegou a um marcador alargado, com relativa facilidade.
No 0-2, com o Moreirense a voar demasiado perto do sol - qual Ícaro - e a queimar-se, o passe de Renato Sanches é soberbo, o cruzamento em esforço de Eliseu perfeito e o pontapé de Mitroglou, de primeira, imparável. Primeira assistência do lateral no campeonato.
Miguel Leal, técnico cónego, estava encurralado, angustiado até.
Se mantivesse as linhas recuadas e o futebol direto, à procura não se sabe bem de quem na terra de ninguém, a sua equipa não incomodaria Júlio César; se quisesse ter bola e pressionar mais à frente, o Benfica encontraria ainda mais espaços nas transições rápidas.
E assim foi. Leal optou pelo segundo cenário, teve a sua equipa a mandar nos 15/20 minutos iniciais do segundo tempo, e acabou por sofrer mais dois golos.
Pizzi para Jonas no terceiro golo (67 minutos), Jonas para Gaitán no quarto (75 minutos). Tudo demasiado simples, tudo planeado, tudo executado com fantasia e alegria pelos suspeitos do costume.
O Moreirense foi mais ambicioso do que na Taça da Liga, teve um par de boas ocasiões e justificou plenamente o golo marcado no derradeiro instante do jogo. Iuri Medeiros, o melhor dos cónegos depois do gigante João Palhinha, foi novamente o que mais tentou.
O ciclo de resultados do Benfica, insistimos, é impressionante. Mas, mais do que a constatação dos números, é a qualidade do futebol que realmente convence. Nada é feito em esforço, tudo sai naturalmente e o treinador Vitória só pode ser o principal responsável.
Longe vão os meses de setembro e outro, com a dúvida e a contestação a soarem maravilhosamente no outro lado da Segunda Circular. Em janeiro de 2016, vale a pena repetir, o Benfica é a equipa que melhor futebol joga em Portugal.
Moreirense-Benfica, 1-4 (destaques)
Jonas, a eficácia máxima de um senhor goleador
FIGURA: Jonas
Não teve um jogo propriamente brilhante, andou muitas vezes afastado dos terrenos que costuma pisar e travou duelos quezilentos com os adversários, mas quando a oportunidade surgiu o brasileiro lá apareceu para fazer o que melhor sabe: a diferença na área. Chegou às duas dezenas de golos na presente edição da Liga, reforçando o estatuto de melhor marcador do campeonato com o bis apontado em Moreira de Cónegos. Oportuno e letal no primeiro, classe no segundo a driblar Stefanovic e mais dois golos para a sua conta pessoal. Teve ainda tempo para servir Gaitán para o quarto das águias. Dois golos e uma assistência; produtividade máxima.
MOMENTO: golo Mitroglou (43 minutos)
Os encarnados jogavam a um ritmo mais baixo depois do início avassalador e da vantagem logo aos quinze minutos. A dois minutos do descanso os pupilos de Rui Vitória construíram o segundo, dando um soco no estômago de um Moreirense que tentava crescer. Renato Sanches convidou Eliseu a ir à linha de fundo, já em esforço o esquerdino cruzou para o coração da área onde Mitroglou finalizou com um bonito gesto técnico de primeira com o pé canhoto. Jogada tão bela quanto importante para o desfecho do encontro.
NEGATIVO: buracos na defesa do Moreirense
Jonas e Mitroglou tiveram mérito nas finalizações que levaram o Benfica a vencer por duas bolas a zero para o intervalo; é inegável. Mas não é menos verdade que os dois avançados encarnados tiveram espaço e tempo para tudo aparecendo livres de qualquer marcação em ambos os lances. As brechas que se abriram na defesa do Moreirense tiveram um contributo determinante para a derrota da equipa de Miguel Leal.
OUTROS DESTAQUES
Pizzi
Duas assistências para golo do médio de 26 anos, que mesmo num jogo com menos espaços e em determinados períodos com vários duelos mais musculados não deixa de arranjar meios para fazer o conjunto encarnado circular o esférico. Deu os dois golos a Jonas, servindo o avançado com o cruzamento para o primeiro golo e com o passe que deixou o brasileiro isolado no terceiro dos encarnados.
Palhinha
O principal pulmão do Moreirense, a percorrer todo o meio campo defensiva da equipa de Miguel Leal, destacando-se como a oposição mais vincada à construção de jogo dos encarnados. Fez inúmeros cortes, muitos deles providenciais, e com um quarto de hora de jogo disputado parecia estar sem fôlego; não era para menos. Incansável, gigante no miolo axadrezado.
Renato Sanches
Intervenção direta nos dois primeiros golos do Benfica. Se no primeiro o seu cunho é menos vincado uma vez que o Benfica fez uma longa circulação de bola, no segundo tento encarnado teve um papel preponderante ao solicitar a subida de Eliseu. Excelente passe a fazer a diferença em mais um jogo em que foi um pilar no miolo.
Mitroglou
Gesto técnico simples, pelo menos para o grego, mas ao mesmo tempo perfeito. O cruzamento de Eliseu já saiu em esforço, mas o avançado foi lá rematar de pronto, sem direito a grande preparação, fazendo o golo da tranquilidade encarnada. Oitavo golo de Kostas Mitroglou na Liga.
Não teve um jogo propriamente brilhante, andou muitas vezes afastado dos terrenos que costuma pisar e travou duelos quezilentos com os adversários, mas quando a oportunidade surgiu o brasileiro lá apareceu para fazer o que melhor sabe: a diferença na área. Chegou às duas dezenas de golos na presente edição da Liga, reforçando o estatuto de melhor marcador do campeonato com o bis apontado em Moreira de Cónegos. Oportuno e letal no primeiro, classe no segundo a driblar Stefanovic e mais dois golos para a sua conta pessoal. Teve ainda tempo para servir Gaitán para o quarto das águias. Dois golos e uma assistência; produtividade máxima.
MOMENTO: golo Mitroglou (43 minutos)
Os encarnados jogavam a um ritmo mais baixo depois do início avassalador e da vantagem logo aos quinze minutos. A dois minutos do descanso os pupilos de Rui Vitória construíram o segundo, dando um soco no estômago de um Moreirense que tentava crescer. Renato Sanches convidou Eliseu a ir à linha de fundo, já em esforço o esquerdino cruzou para o coração da área onde Mitroglou finalizou com um bonito gesto técnico de primeira com o pé canhoto. Jogada tão bela quanto importante para o desfecho do encontro.
NEGATIVO: buracos na defesa do Moreirense
Jonas e Mitroglou tiveram mérito nas finalizações que levaram o Benfica a vencer por duas bolas a zero para o intervalo; é inegável. Mas não é menos verdade que os dois avançados encarnados tiveram espaço e tempo para tudo aparecendo livres de qualquer marcação em ambos os lances. As brechas que se abriram na defesa do Moreirense tiveram um contributo determinante para a derrota da equipa de Miguel Leal.
OUTROS DESTAQUES
Pizzi
Duas assistências para golo do médio de 26 anos, que mesmo num jogo com menos espaços e em determinados períodos com vários duelos mais musculados não deixa de arranjar meios para fazer o conjunto encarnado circular o esférico. Deu os dois golos a Jonas, servindo o avançado com o cruzamento para o primeiro golo e com o passe que deixou o brasileiro isolado no terceiro dos encarnados.
Palhinha
O principal pulmão do Moreirense, a percorrer todo o meio campo defensiva da equipa de Miguel Leal, destacando-se como a oposição mais vincada à construção de jogo dos encarnados. Fez inúmeros cortes, muitos deles providenciais, e com um quarto de hora de jogo disputado parecia estar sem fôlego; não era para menos. Incansável, gigante no miolo axadrezado.
Renato Sanches
Intervenção direta nos dois primeiros golos do Benfica. Se no primeiro o seu cunho é menos vincado uma vez que o Benfica fez uma longa circulação de bola, no segundo tento encarnado teve um papel preponderante ao solicitar a subida de Eliseu. Excelente passe a fazer a diferença em mais um jogo em que foi um pilar no miolo.
Mitroglou
Gesto técnico simples, pelo menos para o grego, mas ao mesmo tempo perfeito. O cruzamento de Eliseu já saiu em esforço, mas o avançado foi lá rematar de pronto, sem direito a grande preparação, fazendo o golo da tranquilidade encarnada. Oitavo golo de Kostas Mitroglou na Liga.
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