O Santa Cruz é e não é favorito ao titulo.
Tem a seu favor o fato de a partida decisiva ser em seu estádio e de precisar apenas de uma vitória simples.
Mas se depender do que jogou, ou melhor, do que não jogou no Sertão, nenhuma vitória vai ser tão simples de acontecer.
Em parte por que faltou coragem ao técnico Ricardinho. Ele isolou Betinho no ataque, que preso entre os zagueiros, viveu de fazer o pivô para ele mesmo. Ajeitando em vão a bola de cabeça para ninguém chegar e concluir.
E sem prender a bola na frente, ela rondou perigosamente a área do Santa Cruz durante todo o jogo. Se o Salgueiro tivesse sentido menos a decisão, a perna não pesasse tanto, a final já estaria decidida.
E não seria para o lado tricolor.
Ricardinho corre o risco em manter o esquema e, sinceramente, acho que ele não seria tão teimoso assim.
É pouco provável que o Salgueiro se exponha no ataque e com uma parede de jogadores na defesa, menos provável ainda que Betinho, o exército de um homem só no ataque coral, consiga furá-la.
Sempre é bom lembrar que a massa de torcedores, sei lá, 50 ou 60 mil, tanto pode jogar a favor, quanto contra, dependendo da maneira como o time da casa administre o jogo. Um Santa emperrado e correndo risco seria transformar o Arruda num gigante paiol, prestes a explodir.
A final se desenha para que o Santa Cruz aja e o Salgueiro, como manda o manual do visitante, reaja. Se os tricolores não tomarem a iniciativa, o jogo corre o risco de se encaminhar para as penalidades. O que seria delegar ao acaso, à sorte ou falta dela, a decisão do título.
Muito arriscado.
Para o Santa Cruz conquistar a vitória simples a melhor saída é justamente… não complicar, fazer o simples.
Jogar para frente, como fazem os times que querem ser campeões.
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