quinta-feira, 30 de abril de 2015

Bita: o homem do rifle do Náutico na década de 1960

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Silvio Lassalvia foi a maior das lendas a nascer nos Afitos. Perguntado sobre o melhor time que já enfrentou, Pelé incluiu o Náutico de Bita entre eles





Bita
Bita: maior artilheiro da história alvirrubra | Crédito: Reprodução

Alguns jogadores fazem sua fama pelo conjunto da obra. Outros são abençoados por um dia de glória. Em 1962, o Clube Náutico Capibaribe andava cortando gastos. O técnico Alexandre Borges formou então uma equipe de base com seus garotos-revelação. Entre os garotos estava Silvio Tasso Lasalvia, nascido em Olinda no dia 11 de agosto de 1942.
Marcou seu primeiro gol contra o São Raimundo no dia 23 de janeiro de 1962. No dia 15 de abril, fez sete nos 9 x 0 sobre o CSA. Estava no sangue. Seu irmão, Nado, já brilhava no mesmo time. No seu segundo ano de Náutico, Bita foi campeão pernambucano. Repetiu a dose em 1964, 1965, 1966, 1967 e 1968: hexacampeão. Seu tiro era certeiro. Surgia o Homem do Rifle, uma série de faroeste para TV da época.
A noite que imortalizou Bita foi uma fria quarta-feira, 17 de novembro de 1966. O Náutico foi para São Paulo enfrentar o Santos de Pelé na segunda semifnal pela Taça Brasil.
O alvirrubro chegou com poucas esperanças. O Santos tinha vencido por 2 x 0 em Recife. Bastava empatar. O juiz apitou. Um minuto depois, Bita marcava o primeiro. O Peixe empatou aos 12 com Toninho. Pouco antes de o primeiro tempo acabar, o Náutico marcou o segundo. Gol de Bita. Pelé e companhia foram de cabeça quente para o vestiário.
No segundo tempo, tudo indicava um massacre santista. Aos 4 minutos, gol. Do Náutico. Bita: 3 x 1. O Santos reagiu com o mesmo Toninho aos 19: 3 x 2.
A esperança santista durou 1 minuto. Aos 20 estava 4 x 2 para o Náutico, gol de Miruca. O Santos deu nova saída, a bola chegou em Pelé, que mandou para Toninho: 4 x 3. Aí o Náutico administrou o melhor time do mundo. Mas a 4 minutos do fm do jogo, falta contra o Santos. Bita cobra: 5 x 3 para o Náutico. A edição seguinte do Diário da Noite resumiu tudo: “Nunca o goleiro Gylmar, do Santos, havia levado mais de três gols de um só jogador em uma partida. Ontem, só Bita fez quatro!” O Timbu depois perdeu o jogo-desempate por 4 x 1, no Pacaembu. Bita, autor do único gol alvirrubro nesse jogo, já tinha feito história. Quando perguntado quais os melhores times que tinha enfrentado, Pelé respondeu: “O Cruzeiro de Tostão, o Palmeiras de Ademir da Guia e o Náutico de Bita”.
Bita somou 221 gols pelo Náutico em 295 jogos. Até hoje é o maior artilheiro da história do time vermelho e branco. Encerrou sua carreira com apenas dez anos de atividade e os dois joelhos lesados. Despediu-se recebendo o troféu Belfort Duarte, por jamais ter sido expulso.
Bita arriscou vários caminhos. Tentou faculdade, não deu certo. Vendeu medicamentos, depois virou assessor de uma empresa no Recife. E de repente soube que estava com câncer. O Homem do Rife morreu no Recife em 27 de outubro de 1992. Tinha apenas 50 anos de idade.



Fonte: Revista PLACAR

Bita


Bita, jogador de futebol

Bita
Sílvio Tasso Lassalvia, o Bita, ex-centroavante do Náutico de Recife, Santa Cruz (Pernambuco)e do Nacional (Uruguai), nasceu em Olinda, Pernambuco, no dia 11 de agosto de 1942. Faleceu em 27 de outubro de 1992, Recife, Pernambuco.

Conhecido como "Garoto de Ouro" e "Homem do Rifle", Bita foi um artilheiro técnico e raçudo, fazendo história no futebol pernambucano.

Foi campeão de Pernambuco com o Náutico em 1963, 64, 65, 66, 67 e 68. Pelo rival Santa, conquistou os estaduais de 1969, 70, 71 e 72.

Sagrou-se artilheiro máximo dos campeonatos de 64 (24 gols), 65 (22) e 66 (20).
No Náutico, Bita marcou 223 gols em 319 jogos.
Foi artilheiro da Taça Brasil em 1965 e 1966, marcando nove gols no primeiro ano e dez no segundo.
Em 1966, marcou quatro gols na vitória de 5 x 3 sobre o poderoso Santos de Pelé, Gilmar, Zito, Mengálvio, Coutinho, Pepe, enfim de todos os seus astros, em pleno Pacaembu.
Depois daquele jogo, Gilmar, goleiro da Seleção Brasileira, bicampeão mundial em 1958 e 1962, declarou que até então ninguém havia marcado quatro gols nele, em uma só partida.
No Náutico, onde conquistou treze títulos, foi hexacampeão pernambucano (1963-1968), tricampeão do Norte (1965-1967), vice-campeão brasileiro - Taça Brasil (1967), campeão do Torneio Quadrangular dos 430 anos da cidade do Recife e campeão do Torneio Quadrangular de Salvador.
No Santa Cruz, onde foi tetra-campeão, conquistou os títulos pernambucanos, de 1968 a 1971, cabendo salientar que os seis títulos conquistados no Náutico mais os quatro obtidos no Santa Cruz foram conquistados em sequência, ininterruptas, fato que transforma Bita, individualmente, em um autêntico e talvez único, decacampeão de futebol.
Apesar da perseguição dos zagueiros, era um atleta disciplinado, tanto que em 1972 acrescentou mais um prêmio à sua coleção, o Belfort Duarte, que é concedido apenas a jogadores sem deslizes disciplinares.

Bita era irmão do ponta-direita Nado, que igualmente brilhou no Náutico do técnico Duque.

Fonte: desenvolvimento
Revista Algo Mais, 63, junho 2011.

Confira relação dos maiores artilheiros do Náutico:
1º Bita - 221 gols
2º Fernando Cavalheira - 185
3º Baiano - 181
4º Ivson - 118
5º Bizu - 114
6º Ivanildo Cunha - 112
7º Nino - 102
8º Geraldo José - 101

Fonte: uol


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