bandeira Argelia
Para quem costuma encher o peito de ar para gritar que o Brasileiro é o campeonato mais equilibrado do mundo, dar uma olhada na classificação do Argelino é quase uma facada nas costas.
Afinal, não é todo dia que se vê uma competição em que, a quatro rodadas do fim, todos os times têm condições matemáticas de conquistar o título… e também de ser rebaixados.
Com 26 das 30 rodadas já disputadas, o líder do argelino é o ES Setif com 41 pontos. O último colocado é Hussein Dey, com 30.
Nessa faixa de 11 pontos entre o topo e o pé da tabela de classificação estão evidentemente todos os 16 times da primeira divisão.
A diferença entre o primeiro e o último colocados do Argelino é menor do que a vantagem de 15 pontos do já campeão antecipado alemão, Bayern de Munique, em relação ao vice-líder da Bundesliga, Wolfsburg,
Na Alemanha, aliás, 49 pontos separam o líder do lanterna da competição. Na Inglaterra, são 51. E na Itália, nada menos que 57.
Ah, mas no Brasil é diferente. Temos o campeonato mais equilibrado do planeta. Menos, bem menos. O Cruzeiro, campeão do ano passado, somou 42 pontos a mais que o Criciúma, último colocado.
A situação na Argélia é tão bizarra que o dono da terceira posição no campeonato tem saldo de gols zerado. Isso mesmo: o MC Oran (que poderia ser um cantor de funk, mas é time de futebol) fez 17 e sofreu 17 gols. Tem, ao mesmo tempo, o pior ataque e a melhor defesa da competição.
E para quem pensa que o Argelino é tão equilibrado assim porque não há nenhuma equipe realmente forte no país, vale a lembrança. O ES Sétif é o atual campeão africano.
RAFAEL REIS
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