Ao iniciar o processo contra cartolas da Fifa, o Departamento de Justiça tomou todas as precauções para evitar fugas dos dirigentes – entre eles o ex-presidente da CBF, José Maria Marin – e adiou por uma semana a ordem de prisão para pegá-los na Suíça. É o que mostra documento da Justiça de Nova Iorque sobre o caso obtido pelo blog.
Procuradores norte-americanos deram entrada com a acusação e pedido de prisão contra os 14 cartolas e executivos no dia 20 de maio. A detenção foi aceita pela corte. Só que a intenção era de que a operação acontecesse na semana seguinte quando havia o Congresso da Fifa para eleição do novo presidente: boa parte deles estaria em Zurique, na Suíça, que tem tratado de extradição com os EUA.
Então, os procuradores pediram sigilo do processo por uma semana até que as prisões fossem executadas. No pedido feito à corte americana, o procurador Darren La Verne alega que “os acusados estão agora em liberdade, e o governo planeja efetuar as prisões nas próximas semanas.''
Em seguida, ele manifesta o temor de fuga dos dirigentes. “Doze dos 14 acusados não são cidadãos norte-americanos e todos os acusados ou residem ou têm extensiva rede de contatos no exterior. Assim, o governo está preocupado que os acusados possam fugir da Justiça se descobrirem que estão sendo acusados'', contou.
O juiz aceitou o pedido do procurador e tornou sigiloso o processo até o dia 26 quando foram executadas as prisões. Logo que os cartolas foram detidos, as acusações se tornaram em sua maior parte públicas, disponibilizadas no site do Departamento de Justiça dos EUA.
A estratégia deu certo tanto que, por meio da polícia suíça, todos os cartolas acusados na Fifa foram presos de surpresa no Hotel Bar Au Lac, com exceção do ex-presidente da Conmebol Nicolas Leóz que estava no médico. Ele foi detido em seguida. Agora, o governo norte-americano tenta extraditá-los. Todos estão detidos em prisões suíças.
Rodrigo Matos
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