Esporte na família da judoca paraibana teve início com o avô, que passou a paixão pela luta de geração em geração. Pai dela, Ayrton Pinheiro, foi o seu primeiro técnico
Com a pele sempre bronzeada e o sorriso no rosto, Luana Pinheiro - modelo nas horas vagas - faz muito sucesso nas redes sociais ao publicar ensaios fotográficos para algumas marcas. Tanto que ganhou o apelido de "musa do judô". Mas a relação intensa com os tatames não é apenas pela sua beleza. O avô da paraibana transmitiu a paixão pela luta de geração em geração. Inclusive, o pai da atleta, Ayrton Pinheiro, acabou sendo o seu primeiro técnico
O início no judô foi precoce, aos dois anos, enquanto acompanhava o pai - treinador há quatro décadas - durante as atividades na Vila Olímpica Ronaldo Marinho, em João Pessoa. Era apenas como recreação, levava tudo na brincadeira, mas após assistir aos atletas nas Olimpíadas, por exemplo, decidiu ter mais seriedade.
- Fazia muito corpo mole. Como meu pai era o técnico, qualquer coisa que machucasse, eu ia lá e dizia: "Ai, meu braço está doendo. Ele mandava sentar". Acabava que não fazia o treino completo. Se eu continuasse desse jeito, não ia evoluir. Precisei esquecer que ele era meu pai - disse Luana, que foi vice-campeã sul-americana sub-21 em 2011 e campeã sub-15 em 2006.
A judoca estava disposta a evoluir e, com a infraestrutura precária da Vila Olímpica Ronaldo Marinho na época (atualmente o complexo passou por reformas), foi em 2011 para o Minas Tênis Clube, de Belo Horizonte. Acabou chamando a atenção no Campeonato Brasileiro Sênior do ano anterior. O maior problema logo que trocou a capital paraibana pela mineira era a saudade dos familiares.
Hobby preferido dela é ser modelo nas horas vagas (Foto: Luciano Nunes / Divulgação)
- Foi bem difícil, pois aqui (em João Pessoa) tinha todo mundo. No fim de semana, saía com a família e em Minas fiquei sozinha. A semana era tranquila, pois treinava o dia inteiro e estudava. Depois fui acostumando e agora está mais tranquilo. Falo com eles por telefone, internet, mando fotos - comentou a paraibana de 22 anos, que foi medalha de prata e bronze em 2013 e 2014, respectivamente, no Campeonato Brasileiro Sênior.
O atual treinador de Luana, Floriano de Almeida, destacou que desde a chegada ao Minas Tênis Clube, a judoca progrediu muito. Ele relembra que a adaptação dela à nova casa acabou se tornando difícil.
- É normal, pois o treino é diferente, o clima, ambiente. Saiu também de casa, nunca tinha saído, precisou morar em república dividindo espaços. Agora, o progresso dela é mais acelerado. Temos acompanhado o trabalho dela mais de perto. Nas competições nacionais, tem chegado bem, é uma das melhores da categoria (até 48kg) no Brasil. Estamos caminhando ainda, tem muita coisa para percorrer - analisou Floriano de Almeida.
Mas a paraibana também teve dificuldades nesse período, em Belo Horizonte. Em 2013 e no ano passado, surgiram os primeiros problemas de contusão na carreira. Chegou até a pensar que poderia deixar o judô por nunca ter convivido com essas situações.
- Estava lutando em uma competição em São Paulo e caí por cima do meu braço. Foi instantâneo, estava doendo muito. Eu rompi o colateral medial do cotovelo e fiquei uns três meses usando tipoia e o meu braço ficava duro. Achei que meu braço não ia esticar mais nunca. Em 2014, tive uma lesão no sacro, que é um osso inferior ao cóccix. Não conseguia andar, não conseguia sentar, fiquei uns três meses novamente sentindo dor - relembrou.
Paraibana fechou com o Minas Tênis Clube em 2011 (Foto: Vinicius Carneiro/Patyplay)
PAIXÃO DE FAMÍLIA
A relação da paraibana com o judô vem desde o berço. A família iniciou nos tatames através do avô de Luana Pinheiro. Seu Ayrton acabou incentivando a prática, que passou de geração em geração. O pai da musa, Ayrton Júnior, relembra o caso.
- Meu pai não era judoca, mas tinha uma visão de que o judô daria disciplina, ia ajudar a seguir a sua vida respeitando as pessoas, respeitando os outros. Hoje, tenho seis filhos no judô. Meus netos já estão encabeçando para treinar também - disse Ayrton Júnior.
Luana Pinheiro fica orgulhosa e declara-se:
- Fico muito feliz de participar de uma família de judocas, que é o esporte que eu amo, que eu adoro. Meus irmãos, minha família inteira, resumindo meus tios, meus primos, minha mãe também. Todos são do judô - comentou.
Luana Pinheiro sonha com as Olimpíadas de 2020 (Foto: André Ricardo/Absolut Beach)
PLANOS PARA 2020
Fora das Olimpíadas do Rio no ano que vem por não ter conseguido a classificação, Luana Pinheiro faz parte do planejamento do Minas Tênis Clube para os Jogos de 2020, em Tóquio. O técnico Floriano de Almeida explica que, com o passar dos anos, cada atleta vai fazer um treinamento específico.
- Vai depender muito mais dela (conquistar a vaga para as Olimpíadas em Tóquio) do que de qualquer outra coisa. Se continuar nesse ritmo de treinamento, de disciplina, controle de peso e controle do trabalho de força e técnico, a tendência é que ela vá dar muitos frutos bons para a gente até 2020 - finalizou o treinador.
globo.com
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