Uma ameaça de bomba na área destinada à votação presidencial da Fifa preocupou as autoridades nesta sexta-feira. A polícia suíça informou que se trata de alarme falso. Antes de ter certeza de que se tratava de uma notícia falsa, os policiais impediram que qualquer participante saísse do Congresso, em Zurique.
Os jornalistas credenciados ao evento também não puderam entrar na área que supostamente seria alvo de terroristas. A polícia da Suíça agiu rapidamente e impediu que os envolvidos se desesperassem. Não foi preciso evacuar a área. Com cães farejadores, policias fizeram vistoria no local em busca de algum objeto suspeito, mas nada foi achado.
A Fifa realiza nesta sexta a eleição para definir o presidente da entidade. Joseph Blatter tenta se reeleger, tendo como adversário Ali Bin Al Hussein.
O pleito acontece dias depois do maior escândalo da história do futebol. Sete dirigentes da Fifa foram presos no início da semana acusados de corrupção em contratos comerciais de competições realizadas na América do Sul e Central. Entre os detidos está José Maria Marin, ex-presidente da CBF.
Opositora à atual gestão da Fifa, a Uefa (Confederação da Europa) pressionou Blatter a desistir das eleições em meio a diversas suspeitas de corrupção na Fifa.
Paralelamente ao escândalo que resultou na prisão de dirigentes da FIfa, a votação presidencial também enfrenta a ira de palestinos, que protestam na entrada do Congresso pedindo a exclusão de Israel do quadro da Fifa.
UOL
Clubes têm direito a recuperar propina de Marin nos EUA, e vão estudar caso
Clubes brasileiros têm direito a cobrar judicialmente a recuperação de dinheiro pago em propinas a cartolas como o vice-presidente da CBF, José Maria Marin, em escândalo da Fifa. Dirigentes admitem estudar o caso se houver condenação do dirigente, e comprovação das irregularidades. O dinheiro para reparação viria de pagamentos de multas por acusados como José Hawilla.
Primeiro,documentos do Departamento de Justiça dos EUA deixam claro que a CBF, Fifa e suas entidades constituintes (clubes e federações) foram lesados pelo esquema de corrupção. Foram pagos subornos relacionados à Copa do Brasil e à Libertadores. Os dinheiro das propinas poderiam aumentar as diminutas cotas dos clubes.
Só José Hawilla, que reconheceu sua culpa em ambos os casos, se comprometeu a pagar US$ 151 milhões (R$ 480 milhões), dos quais já quitou um sexto. Esse dinheiro é dado ao governo americano, mas pode ser reivindicado por lesados.
O comunicado do Departamento de Justiça diz: “Todo o dinheiro dado está sendo mantido em reserva para assegurar sua disponibilidade para satisfazer qualquer ordem de restituição entrada por sentença em benefício daqueles indivíduos ou entidades que se qualifiquem como vítimas dos acusados sob a lei federal.''
“A empresa ou pessoa tem que se habilitar e pode levantar partes desse dinheiro desde que tenha uma sentença de culpa, ou que a pessoa se declare culpada'', afirmou o advogado Luiz Roberto Leven Siano. “Me parece claro que os clubes se qualificam, a CBF também.''
Entre os cartolas ouvidos pelo blog, houve cautela sobre o assunto, mas uma intenção de estudar o caso para eventual pedido de recuperação do dinheiro.
“Precisamos conhecer o libelo acusatório, os desvios e as vítimas para entender o quanto formos e se fomos prejudicados'', afirmou o presidente do São Paulo, Carlos Miguel Aidar. “Não temos acesso (as acusações). Os clubes a meus ver devem unir-se e constituir advogados para representá-los. Esta é minha proposta.''
“Isso tem que ser investigado. É cedo para criar um juízo de valor. Precisaremos entender, se houve culpa, se houve prejuízo para os clubes'', analisou o presidente do Botafogo, Carlos Eduardo Pereira, que considera o episódio “péssimo para o futebol''. “A partir daí, podemos entender se podemos recuperar esses valores.''
Para o dirigente alvinegro, a diretoria da CBF deve colaborar com investigação da Polícia Federal que estão começando. Postura mais cautelosa adotou o presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello: disse que espera as conclusões dos fatos para saber se algo tem que ser feito pelo clube.
“O Flamengo apoia a moralização do futebol sul-americano, da Fifa e da CBF. Não queremos acusar ninguém antes de conclusão do processo. Assim como entramos em rota de colisão com a Ferj por transparência, a questão da transparência vale para outras entidades'', afirmou Bandeira de Mello, que elogiou Del Nero por prometer transparência em sua gestão.
O blog ainda questionou o secretário-geral da CBF, Walter Feldman, se a entidade tinha intenção de recuperar dinheiro da qual foi lesada por propinas. “Não pensamos nisso ainda'', afirmou. A questão é que o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, que decidiria esse tipo de questão, tem fortes indícios de envolvimento com o esquema pelo relatório do Departamento de Justiça dos EUA.
Rodrigo Matos
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